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O tênis de mesa leopoldense e a sua origem através da Família Camargo


A equipe de tênis de mesa de São Leopoldo sempre foi uma das mais tradicionais do circuito estadual, obtendo resultados expressivos também em competições nacionais. O grande responsável por fomentar o esporte em solo capilé foi Aldrovano José de Camargo, que trouxe as regras e materiais oficiais do tênis de mesa para a Sociedade Ginástica de São Leopoldo. Em 1950, Aldrovano derrotou um atleta japonês usando uma raquete de pingue pongue e em 1964 foi disputar um brasileiro universitário na Bahia. A FTMRS conversou com Alvano de Camargo, atleta, técnico e filho da lenda leopoldense da modalidade. As respostas foram revisadas pelo irmão Albair de Camargo, o Bita.

1 – Quando começou a prática do tênis de mesa em São Leopoldo? Conte um pouco sobre como foi o início das atividades na cidade.

Alvano de Camargo: Jogava tênis de mesa e pingue pongue desde os 4 anos, nesta idade eu assisti os JEBS ( JOGOS ESTUDANTIS BRASILEIROS) em Brasília, onde meus irmãos Albair e Adriana (campeã estadual com 13 anos) jogaram e eu me lembro como se fosse hoje os filhos de paulistas me desafiarem. Eu ia lá e jogava prontamente, só pedia a raquete para meu pai e ia feliz da vida enfrentar os paulistas. Comecei um treinamento sério mesmo quando meu irmão Albair de Camargo precisava treinar para os jogos do SESI. Ele, trabalhava na Petrobrás, e iria participar dos jogos do SESI, (foi penta campeão do SESI) e eu era o sparring dele . Nesta época meu pai Aldrovano Camargo resolveu abrir o departamento de Tênis de Mesa na Sociedade Ginástica (havia o departamento de pingue pongue), sendo então o primeiro coordenador e deixando para meu irmão a tarefa de ser o técnico. Com o tempo meu pai deixou tanto a função de diretor quanto a de técnico para meu irmão. Em meados de 1997 eu, estudando Educação Física, com base nos ensinamentos, percebi que poderíamos implementar uma escolinha mais padronizada, trabalhando com categorias, diversos horários, metodologia de ensino. Fui à São Paulo várias vezes, na busca de conhecimento em escolas de tênis de mesa: Piracicaba Fran TT e em São Paulo, com o Yamada, e em algumas dessas idas cheguei a ‘bater-bola” com Hugo Hoyama e Gustavo Tsuboi. Esses treinamentos faziam parte da estratégia montada para alavancarmos os treinamentos e as equipes, meu irmão sempre dizia que a equipe só cresceria quando todos “ganhassem dele” (caso contrário seria a estagnação). Buscávamos o conhecimento para o tênis de mesa gaúcho, eu acompanhava vários alunos para clinicas de tênis de mesa ( inclusive na época despontando o Jorge Fanck).


2 – Quais foram as maiores emoções que o tênis de mesa proporcionou para a família Camargo?

AC: Foram muitas. A maior emoção foi a de conquistar vários títulos de duplas com meu irmão, onde ainda não estávamos no nível ideal de jogo, mas quando nos juntávamos em duplas, ganhávamos de todos do Estado. Eram jogos muito emocionantes, fazíamos viradas sensacionais, levantamos a torcida no ginásio. Fui campeão de várias etapas do estadual em 1999, fui tricampeão do JIRGS (ganhei individual ,duplas e equipe, três anos consecutivos). Outra emoção foi jogar com meus irmãos um estadual Albair, Aldivan (in memoriam) e Adriana.


3 - Qual é a sensação de poder participar na formação de Jorge Fanck, um dos principais nomes do tênis de mesa gaúcho?

AC: Jorge Fanck é um caso à parte. História de um garoto esforçado, não faltava aos treinos, temperamental (quebrou várias raquetes), competitivo e com talento. Ele começou na escolinha em 98 eu acho, tinha 12 anos, eu já coordenava os treinamentos da escolinha e meu irmão era o supervisor e gestor. Como o Jorge tinha este lado emocional muito forte, não aceitava derrotas, as vezes se irritava fácil, Albair de Camargo, com muita paciência e com um toque de “gestão”, sabia muito bem trabalhar o aspecto psicológico do atleta, e com o Jorge ele tinha habilidade para transformar esta agressividade em foco para o jogo. Jorge se tornou um super atleta, do nada e quase sem querer “formávamos um monstro do tênis de mesa”, pois eu trabalhava o lado especifico do tênis de mesa com ele, e o Albair trabalhava a parte emocional e autoconfiança. Eu me lembro como se fosse hoje, o pai do Jorge Fanck, me chamou para conversar sobre a ida dele para Piracicaba para fazer um clinica de tênis de mesa, seriam 10 dias de treinamento por lá. Eu levei 8 atletas na primeira vez. O pai dele ia fazer um cheque para custear as viagens e perguntou em tom bem alto e direto: "- Professor posso investir então?" Eu , prontamente , sem pestanejar respondi: "- Deve seu Fanck!"

E naquele cheque foi a representação de um dos maiores saltos que o tênis de mesa gaúcho poderia ter dado. A história atual do Jorge..... vou deixar para vocês.


4- Quais foram as maiores conquistas da equipe leopoldense naquela época? Quantos atletas praticavam o esporte? AC: Campeão Adulto 99 RS - Alvano de Camargo Campeão Mirim RS - Jorge Fanck Tri campeão dos JIRGS - 98 99 2000 Terceiro lugar Copa Brasil Ponta Grossa - Alvano de Camargo Campeão por equipes RS - 99 Tínhamos uns 50 alunos na época!

5- Por que escolheram incentivar e desenvolver o tênis de mesa como modalidade?

AC: Escolhemos o tênis de mesa pelas questões familiares já colocadas nas outras perguntas.

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